Em matéria divulgada na rádio Tribuna BAND News, o Senador Tasso Jereissati (PSDB/CE) classificou os movimentos contrários ao Projeto de Lei 4162/2019, que pretende entregar a gestão da água do País à iniciativa privada, como “corporativismo”. O que o Senador “Coca-cola” esquece de falar é que, como relator e principal articulador da proposta no Congresso Nacional, ele está atuando para defender interesses de seus iguais: o grande empresariado e o alto poder econômico nacional e internacional. Ao se aliar ao Governo Bolsonaro nas políticas privatistas, Tasso tenta a todo custo realizar um sonho antigo: entregar a água, bem público e essencial à vida, para grupos privados poderosos, que como ele, têm sede de lucro.
Com largo currículo privatista, no passado, quando governador, Tasso tentou privatizar a água no Ceará. Na época, os técnicos da Cagece, juntamente com o Sindiagua e o apoio da população, realizaram uma grande mobilização e comprovaram o quão insustentável era a ideia. A luta em defesa da água foi vitoriosa. Agora, em plena pandemia, momento em que a população precisa cada vez mais dos serviços públicos, Bolsonaro e Tasso tentam aprovar com rapidez o PL 4162, que pode colocar o Brasil na contramão de uma tendência mundial de reestatização. Isso porque, nos últimos 15 anos, mais de 260 cidades do mundo voltaram atrás em suas privatizações, após resultados desastrosos. Em Paris, Berlim, Buenos Aires, Atlanta e tantas outras cidades, a gestão privada trouxe aumentos exorbitantes de tarifas, maior desigualdade no acesso à água e esgoto, demissões e muitos outros malefícios, comprovando que a privatização e as PPPs da água são um péssimo negócio para o povo.
A luta dos movimentos populares contra a privatização da água não é uma luta corporativista. É, sim, uma luta que diz respeito à sociedade, pois busca reconhecer a água como um direito humano que deve ser garantido a todos e todas.
Bem essencial à vida, a água não pode ficar nas mãos de interesses privados que vão colocar o lucro acima dos direitos do cidadão. O corporativismo está na verdade do lado do grande capital, e não do lado da população. Por isso, convocamos a sociedade a pressionar os parlamentares para rejeitarem essa medida. Já vencemos outras vezes essa batalha (inclusive, recentemente, ao conseguirmos arquivar duas medidas provisórias privatistas). Podemos vencer novamente!
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