Cagece segue aumentando o número de cargos comissionados e não priorizando o concurso público

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Essa semana a direção do Sindiagua recebeu a informação de que a Cagece lotou novos nomes para assumir cargos comissionados/assessorias na Companhia. Isso só reforça que a empresa tem dado continuidade ao que parece ser uma prioridade na gestão administrativa interna nos últimos anos: “encher” a empresa de cargos comissionados para atender diversos interesses e indicações políticas.

Sabemos que a Cagece é uma empresa que atua em praticamente todo Estado, prestando seus serviços em mais de 150 cidades, sendo responsável pela gestão de uma política pública essencial que exige uma equipe – tanto administrativa e comercial, quanto técnica e operacional – ampla. No entanto, o Governo do Estado e a direção da Cagece, ao invés de fortalecerem a atuação da Companhia com a realização de um concurso público, parecem mais preocupados em “encher” a empresa com cargos comissionados de apadrinhados políticos, além de aproximar a Companhia perigosamente das políticas privatistas que seguem avançando sobre o setor de saneamento no Brasil.

Já faz mais de 10 anos do último concurso público. Na gestão da ex-governadora Izolda Cela, o certame chegou a ser anunciado, mas desde então não se vê nenhuma notícia ou movimentação para que sejam definidos os prazos e quantitativo de cargos que viabilizem o lançamento do edital. A direção do Sindiagua já questionou a empresa diversas vezes em reuniões da Menp, mas os representantes da Cagece se limitam a informar que não há prazo definido.

Importante salientar que os postos de trabalho da Companhia estão sendo esvaziados pelo PRSP-IV e a Cagece precisa manter sua força de trabalho de forma qualificada para dar conta dos processos administrativos, comerciais, técnicos e operacionais, prestando um bom atendimento público à população, o que é fundamental para fortalecer a imagem da empresa.

Vale lembrar que, nas negociações salariais dos últimos anos, a empresa sempre tem usado argumento da limitação financeira na hora de apresentar suas propostas de reajustes salariais, gerando insatisfações na categoria. Mas a mesma limitação financeira não aparece na hora de atender pedidos políticos para empregar pessoas com cargos comissionados.

A direção do Sindicato cobra da Cagece uma gestão que atenda à população com a prestação de um serviço público de qualidade. E isso passa pela valorização dos(as) trabalhadores(as) cagecianos, ao invés do apadrinhamento político.