Campanha salarial 2016: comissão de negociação da Cagece segue à risca discurso da Presidência de negar tudo

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As negociações da campanha salarial dos trabalhadores da Cagece tiveram início nesta quinta (19/05), com a discussão de 18 itens. E mais uma vez, como é de praxe, a empresa demonstrou que para ela os anseios dos trabalhadores estão longe de ser uma prioridade. Mesmo cláusulas simples, de pouco impacto financeiro, foram negadas pela Cagece.
Alguns pontos tiveram uma discussão mais demorada, como a PR. O Sindiagua defendeu que as metas da cláusula sejam realistas, adequadas ao cenário atual, a fim de garantir o pagamento do benefício, evitando que esse modelo de gestão prejudique mais uma vez a categoria. A empresa afirmou ainda que até o momento a meta da SGR deste ano não foi atingida e que (novamente) gerentes não estão alimentando o sistema. ‘‘Mesmo sabendo que a SGR não está sendo atingida, a empresa insiste em manter o gerenciamento de resultados como meta para pagamento da PR. E se a empresa não quer rever suas metas, é porque não quer pagar a PR novamente’’ questiona Jadson Sarto, presidente do Sindiagua. A entidade lembra que o não abastecimento do sistema é recorrente e que a direção da empresa tem deixado a gestão dos dados da PR frouxa, causando prejuízos à categoria. “Os trabalhadores não têm culpa de problemas de gestão da empresa, e que estão sendo aprofundados atualmente. E esses problemas prejudicam a categoria e a empresa”, critica Jadson.
Na discussão sobre o reembolso de medicamentos, o Sindiagua lembrou mais uma vez que trabalhadores ainda enfrentam dificuldades para ter acesso ao benefício, mesmo com vários apelos feitos pela entidade em reuniões de MENP para solucionar os entraves. Além da ampliação, o Sindiagua defendeu a adequação da cláusula com o objetivo de eliminar qualquer dificuldade de acesso ao reembolso.
Já, durante a discussão do PCR, o Sindiagua apresentou proposta de que as promoções que não foram pagas nos últimos dois anos sejam efetuadas quando da implantação do novo plano, que seria na homologação do novo Acordo Coletivo. Também defendeu que os empregados aprovados no último concurso público tenham enquadramento automático no nível II de seus cargos, quando completassem três anos de efetivo no exercício do cargo, como foi feito anteriormente, inclusive beneficiando o atual presidente da Cagece, Neurisângelo Freitas. A direção do Sindiagua lembrou que nas negociações de 2015, a Cagece tinha criado a expectativa na categoria de que que as promoções do ano anterior seriam efetuadas em 2016. Diante das dificuldades da Cagece em acatar a reivindicação, o sindicato reforçou a necessidade da Comissão levar a discussão da proposta à direção.
“Como se já não bastasse o golpe sofrido pelos trabalhadores no início do ano com o não pagamento da PR, das promoções e o adiamento da implantação do PCR, a empresa prefere continuar negando as reivindicações da categoria. Esperávamos uma mudança de postura e uma melhora na gestão. Mas a comissão de negociação da Cagece apenas reproduz a postura da presidência de não atender os anseios da categoria, que está insatisfeita e se sentido desvalorizada’’, reforça Jadson.

Confira ata da reunião publicada em informativo impresso do Sindiagua, clicando aqui.