CAMPANHA SALARIAL: Comissão de negociação da Cagece apresenta achatamento de salário como proposta de reajuste. Sindiagua repudia proposta e cobra valorização do trabalhador.

Foi realizada nesta terça (02) a quarta rodada de negociação da campanha salarial dos(as) cagecianos(as). Lamentavelmente, o resultado da reunião está longe da possibilidade de fechamento de um acordo. Isto porque a comissão de negociação da Cagece apresentou uma proposta de reajuste abaixo da inflação para todas as cláusulas de impacto financeiro, o que inclui reajuste salarial e do vale-alimentação. A proposta, imediatamente rechaçada pela direção do Sindiagua, foi de apenas 7,40%. A inflação do período da data-base da categoria (de maio de 2021 a abril de 2022) foi de 12,47%. No que diz respeito à cesta básica, a inflação supera os 20%.
Segundo os(as) representantes da Companhia, o cenário econômico atual do País, o aumento dos preços, o custo com a implementação do novo PCCR e o fim repentino da tarifa de contingência foram fatores levados em consideração para se chegar a essa proposta de percentual. “O que está sendo proposto na verdade é um achatamento de salário e isso é um desrespeito aos empregados(as) da Companhia. Pode-se dizer que existem duas Cageces: para mídia e os acionistas, a empresa diz ter um desempenho econômico notável, onde tudo está às mil maravilhas. Mas quando senta para negociar melhores condições de trabalho com o Sindicato e a categoria, o discurso muda completamente e a Cagece diz estar passando por uma situação de ‘penúria’ “, critica Jadson Sarto, presidente do Sindiagua.
A direção da entidade negou por completo a proposta e defendeu a continuidade das negociações. “Se a situação econômica do País não está fácil, pode ter certeza que ela é mil vezes mais difícil para o(a) trabalhador(a). Essa proposta não merece nem mesmo ser levada para discutir em uma assembleia da categoria”, ressalta Jadson.
Outros itens também foram discutidos. Confira um resumo:
PCCR: A comissão da Cagece informou que os pleitos dos grupos dos(as) trabalhadores(as) de nível médio, dos técnicos, tecnólogos e engenheiros para o novo PCCR não serão atendidos. Os representantes da Companhia informaram que vários cenários foram estudados para tentar incluir as demandas e o assunto foi levado ao Conselho de Administração. No entanto, segundo a comissão, o atendimento das reivindicações traria um custo muito alto ao caixa da Companhia e, além disso, se fosse aceito, poderia gerar uma insatisfação em outros grupos de trabalhadores(as) o que resultaria em ações judiciais. Diante do parecer jurídico, os membros da comissão da Cagece informaram que a decisão tomada foi negar os pleitos e, segundo eles, a empresa chegou ao seu limite na proposta do novo PCCR. Os representantes da comissão afirmaram ainda que é importante implantar logo o novo Plano, tendo em vista que, após as eleições, a chegada de um novo governo pode suspender e colocar a perder todo o trabalho já feito. A direção do Sindiagua ressaltou que, como a implantação do PCCR independe da anuência do Sindicato por se tratar de uma decisão administrativa, a entidade vai definir com os(as) trabalhadores(as) insatisfeitos(as) quais caminhos serão seguidos para tentar evitar possíveis prejuízos.
PR: A Cagece vai rever, em uma reunião a ser realizada no dia 11 de agosto com o Conselho de Administração, a proposta de percentual da margem EBTIDA do novo modelo de PR, tendo em vista o atual cenário financeiro da Companhia que não conta mais com a tarifa de contingência. Segundo a empresa, o intuito é propor um percentual mais real e adequado ao novo contexto econômico. O Sindicato ainda não recebeu oficialmente as informações de metas, principalmente da Margem EBTIDA, e somente com esses dados poderá avaliar a proposta de PR da empresa. A entidade solicitou que após a reunião com o Conselho de Administração os indicadores e as metas sejam apresentados para análise. Somente após isso poderemos ter uma nova reunião de negociação com a diretoria da Cagece.