Em protesto no José Walter, Sindiagua e trabalhadores cobram agilidade no atendimento de reivindicações. Direção da Cagece reage mandando a polícia.

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O Sindiagua e os trabalhadores da Cagece realizaram, na manhã do dia 21/12, um ato de protesto em frente à unidade de negócios do José Walter. A mobilização foi realizada com o objetivo de cobrar as demandas da categoria que se arrastam há vários meses sem solução, entre elas a implantação do adicional de periculosidade para motoqueiros, o vale-cultura, o adicional de penosidade e o plano odontológico. A mobilização também teve o intuito de alertar a direção da Cagece para as denúncias de assédio moral que os trabalhadores vêm sofrendo em algumas unidades de negócio, com ameaças de demissão e transferências.
O protesto seguia pacífico, com os trabalhadores na porta de entrada da unidade, aguardando uma sinalização da direção empresa para uma reunião no mesmo dia. Por volta das 11h, cerca de quatro viaturas da polícia militar estacionaram no local. A tropa chegou com ameaças e intimidação. Um policial tentou proibir o registro fotográfico do ato. Houve um início de tensionamento.
Moradores da comunidade Cidade Jardim que estavam em outro protesto contra a falta d´água que já perdurava oito dias foram à entrada da Unidade de Negócio e se uniram à mobilização da categoria. A tensão aumentou. Com o confirmação da reunião com a direção da Cagece para as 14h do mesmo dia, a categoria, juntamente com o sindicato, decidiu desbloquear a entrada com a garantia de que a comunidade Cidade Jardim teria o retorno imediato do fornecimento de água. Os moradores aplaudiram a decisão do Sindicato e manifestaram apoio à luta da categoria, com palavras de ordem em favor dos trabalhadores e contra a direção da empresa. Por volta das 14h, o protesto foi concluído.
“O Sindiagua repudia o descaso da direção da Cagece com demandas da categoria que já tiveram o aval do presidente da empresa e que mesmo assim não são implementadas por conta da inércia da gestão. Da mesma forma, repudiamos veementemente a truculência da direção da empresa ao mandar a polícia para ameaçar trabalhadores que estão em busca de seus direitos. Os trabalhadores estão ansiosos e mandar a força policial só acirra o clima de insatisfação, o que pode gerar revolta generalizada. Estamos sempre dispostos ao diálogo, mas de que adianta reuniões e reuniões sem efetivamente nada ser resolvido? E o pior, temos recebido cada vez mais denúncias de assédio moral que vamos investigar”, ressalta Jadson Sarto, presidente do Sindiagua.
Reunião com a Cagece – Na reunião ocorrida às 14h com a direção da Cagece, a empresa afirmou que já está conversando com os gestores das unidades de negócio sobre as denúncias de tratamento desrespeitoso sofrida pela categoria. Em relação ao vale-cultura, a Companhia informou que o contrato com a empresa fornecedora dos cartões foi publicado no Diário Oficial e, com isso, o benefício começará a ser disponibilizado aos empregados. Já com relação ao adicional de periculosidade para motoqueiros e o plano odontológico, a empresa confirmou que em janeiro será dada alguma resposta. O presidente do Sindiagua cobrou mais celeridade e criticou o uso da força policial contra os trabalhadores, alertando que a categoria não vai se intimidar e novos protestos serão realizados se for necessário. Também foi cobrado alguma medida da Cagece que garanta o pagamento da PR em 2016, atendendo ao que prevê o Acordo Coletivo.