A direção do Sindiagua/CE vem a público manifestar total repúdio à privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) que foi concluída nesta terça pelo governo paulista. Tal medida é mais uma clara demonstração de como as políticas privatistas ainda seguem firmes no País e o direito humano à água e ao saneamento é o alvo da vez do grande poder econômico.
Reforçamos o que já alertamos anteriormente: a privatização da Sabesp feita pelo governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é inconcebível do ponto de vista social e econômico. Não há argumento que sustente a ideia de privatizar uma empresa de 50 anos altamente lucrativa. Estima-se, conforme divulgado na imprensa, que com a privatização o Estado de São Paulo contabiliza uma perda de pelo menos R$ 4,5 bilhões aos cofres públicos, considerando a atual cotação das ações da Companhia na bolsa de valores. Somente em 2022, a Sabesp gerou um lucro de R$ de 3,1 bilhões!
Além disso, do ponto de vista social, entregar a água, um bem essencial à vida, nas mãos de grupos econômicos é altamente prejudicial à população, pois coloca o interesse privado e o lucro acima dos interesses sociais.
O Brasil dá um passo grande na contramão de uma tendência mundial de reestatização do setor de saneamento. No mundo, várias cidades que passaram por privatizações dos seus serviços de água e esgoto – como Paris, Berlim, Buenos Aires e Atlanta – voltaram atrás e retomaram a gestão pública do setor após verem as tarifas subirem descontroladamente e enfrentarem uma piora na qualidade dos serviços prestados.
O Sindiagua manifesta solidariedade à população paulista, em especial aos trabalhadores e trabalhadoras do estado de São Paulo que, junto com o movimento sindical de todo o Brasil, lutaram e continuam lutando para que a água seja um bem público e não uma mercadoria!
Jadson Sarto – Presidente do Sindiagua