Postura da Cagece não muda e negociação segue sem avanços

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Novamente a dificuldade em conseguir avanços marcou a mesa de negociação da campanha salarial. Apesar de discutir pontos importantes da pauta de reivindicações dos trabalhadores da Cagece, a quarta reunião, realizada nesta quarta (01/05), pouco evoluiu em relação à anterior. A surpresa ficou por conta da proposta da empresa para o reajuste salarial: 7,3%, (que corresponde ao INPC + 1%). O aumento proposto está abaixo do que foi prometido pelo Governador do Estado aos trabalhadores estaduais durante a campanha eleitoral do ano passado. “A proposta da Cagece vai de encontro à promessa de governo que era de repor a inflação com um acréscimo de 2%. Como o Governador do Estado vê essa atitude da Cagece?”, indagou Jadson Sarto, coordenador geral do Sindiagua. A entidade negou a proposta.

O concurso público voltou a ser discutido na reunião e a Cagece novamente não apresentou qualquer prazo para sua realização nem o número de vagas, limitando-se a dizer que tem interesse em aumentar os quadros da companhia. O Sindiagua não aceitou as condições colocadas pela empresa. “Concurso público é uma questão prioritária para os trabalhadores e deveria ser também para a direção nova da empresa, que sempre se diz ‘sensível’ às causas da categoria, mas pouco tem feito de concreto nesta campanha salarial. Se o concurso fosse uma prioridade, a definição de metas e prazos claros seria o mínimo a ser apresentado na reunião de negociação”, ressaltou Jadson. A Cagece está há 10 anos sem realizar concurso.
Sobre o PCR, a Cagece afirmou que irá contratar uma empresa especializada para fazer a revisão do Plano. O Sindiagua também cobrou a definição de prazos para a elaboração do edital de licitação e a participação efetiva do sindicato na revisão. A entidade ficou ainda de apresentar uma lista de pontos do Plano que precisam ser revisados pela empresa contratada, entre eles o enquadramento do grupo C e promoção para sênior nível III. Nesse caso as reivindicações foram aceitas pela Cagece.

Boa parte das cláusulas discutidas não estavam na pauta de reivindicações dos trabalhadores e constaram apenas para revalidar o acordo coletivo vigente. Uma nova reunião foi pré-agendada para o dia 7 de junho. “Ainda estamos aguardando uma postura diferente da atual diretoria da Cagece. As dificuldades nas negociações continuam, especialmente em relação às cláusulas sociais. Nas últimas campanhas tivemos importantes avanços nesse quesito”, ressaltou Jadson. Participaram da reunião pelo Sindiagua: Jadson Sarto, Sergio Novais, Linaide Crispim, Carlos Sá, Antônio de Oliveira, Antônio Neto, Francisco de Assis, Haroldo Ribeiro e o advogado Carlos Águila.