Impostos elevados, direitos trabalhistas reduzidos, aumento do desemprego, corte de gastos públicos e privatizações… Não estamos falando do período mais duro do neoliberalismo que atingiu fortemente a classe trabalhadora no final da década de 1990 e início nos anos 2000. Este cenário está sendo vivenciado hoje , tendo à frente um governo que se diz defensor dos trabalhadores.
Após a implantação do ajuste fiscal que restringe o acesso dos trabalhadores a benefícios conquistados como seguro-desemprego, seguro defeso e abono salarial, o Governo Federal – para “enfrentar” a crise econômica – anunciou um pacote de privatizações que serão feitas por meio de concessões, transferindo para a iniciativa privada a responsabilidade pela operação de serviços, projetos estruturantes e equipamentos de infraestrutura logística do País, como portos e aeroportos. E o Governo do Ceará decidiu reproduzir o pacote anunciado em nível nacional. O Governo estuda passar à gerência da iniciativa privada no Ceará obras e equipamentos como o Metrofor, áreas do Complexo Portuário do Pecém, o Centro de Eventos e aeroportos regionais.
Para enfrentar a crise, nossos governantes estão escolhendo o caminho que penaliza a classe trabalhadora, repetindo políticas neoliberais tão combatidas pelos movimentos sindicais e sociais. Foi exatamente este modelo que, no passado, fez com que o Brasil – assim como vários países do mundo – vivesse um período em que prevaleceu o forte aumento da concentração de renda e exclusão social.
A história mostrou o grande mal que as privatizações causaram ao bem-estar social do povo brasileiro quando serviços públicos essenciais para a população foram entregues nas mãos de grupos privados. O setor de energia, telefonia, bancos e várias outras empresas públicas foram vendidas a preços irrisórios. Demissões e aumento da exploração do trabalhador, queda da qualidade dos serviços (alvo de constantes reclamações nos órgãos de defesa do consumidor) e aumentos exorbitantes de tarifas são alguns dos ônus pagos pelo povo brasileiro até hoje.
A direção do Sindiagua reforça sua posição em defesa de um serviço público de qualidade acessível a todos. A entidade está atenta e repudia qualquer tentativa de fazer com as novas formas de privatizações cheguem ao setor de saneamento. A luta da entidade em conjunto com a sociedade e movimentos sindicais e sociais impediu que a água fosse privatizada no passado. Essa é uma luta que deve ser constante.
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