Com extensa discussão, especialmente sobre a Participação nos Resultados (PR) e cláusulas relativas à saúde do(a) trabalhador(a), foi realizada nesta quarta (8) a segunda rodada de negociação da campanha salarial 2022 dos(as) cagecianos(as). Confira um resumo:
PR – A reunião contou com a participação de representante da Publix, empresa contratada pela Cagece que fez uma apresentação sobre proposta de uma nova PR. A Companhia alegou que o novo marco regulatório do saneamento traz novos desafios e metas a serem atingidas e as mudanças da PR seriam uma forma de adequar a Companhia a essa nova realidade.
Entre as mudanças que a Cagece defendeu para a PR está a continuidade da adoção da Avaliação de Desempenho Individual como um dos critérios para definição do percentual de pagamento do benefício, seguindo o formato que foi executado este ano. A direção do Sindiagua criticou a proposta, especialmente alguns pontos como os altos patamares de percentuais que o(a) trabalhador(a) precisa atingir na Avaliação de Desempenho Individual, que são de 80% e 85%, de acordo com a proposta da empresa.
O Sindicato questionou ainda de que forma o pagamento da PR aos(as) cagecianos(as) seria afetado caso a PPP que está em estudo seja implantada, tendo em vista que o serviço de esgoto seria executado por uma empresa privada e não pelos(as) empregados(as) da Companhia. “Os(as) trabalhadores(as) da Cagece terão capacidade de interferir no desempenho da empresa privada para que ela atinja as metas de esgoto?”, indagou Jadson Sarto, presidente do Sindiagua.
Também foi criticado a proposta da Cagece e da Publix de mudar no nome do benefício de PR (Participação nos Resultados) para PLR (Participação nos Lucros e Resultados). “Uma empresa pública não visa lucro e sim a prestação de serviços acessíveis e de qualidade para a população. Há alguns anos atrás nós já tínhamos mudado o nome de PL para PR, justamente por entender que não seria concebível a Cagece ter o lucro como meta. O que aconteceu para a Companhia querer retroagir nesse pensamento?”, questionou Jadson. A entidade espera que a Cagece não esteja sendo contaminada com a lógica do mercado e não se esqueça dos valores inerentes ao serviço público e do seu papel social perante a sociedade e o(a) trabalhador(a).
Por fim, o Sindiagua solicitou que a proposta da Cagece fosse enviada com todo o detalhamento para uma análise mais aprofundada, incluindo informações sobre indicadores com suas respectivas metas e sobre avaliação de desempenho.
Plano de saúde (dessa forma “#NÃO VAI DAR CERTO”) – O Plano de Saúde foi outro item bastante debatido. A Cagece negou as reivindicações dos(as) trabalhadores(as) de melhorar as condições de acesso à gratuidade do benefício e lembrou que o Plano de Saúde nos moldes atuais exige um grande investimento da Companhia, alertando que há uma preocupação com a sustentabilidade do benefício. Segundo a Cagece, a própria Unimed já chegou a afirmar que o contrato nos moldes atuais é bastante oneroso e deveria ser revisto. A direção do Sindiagua ressaltou que o papel da entidade é defender as reivindicações da categoria e lembrou que o contrato do plano de saúde é bastante lucrativo para a Unimed e que a Cagece não deve aceitar qualquer pressão da operadora. “O jargão ‘#VAI DAR CERTO’ tão difundido pela Unimed durante a pandemia chega a ser uma ironia quando vemos agora a operadora querer pressionar para mexer num direito conquistado a muito custo pelo Sindiagua e os(as) trabalhadores(as) da Cagece”, critica Jadson.
Incentivo ao desenvolvimento educacional – A Cagece negou a proposta de aumentar os percentuais de titulação nos patamares reivindicados e solicitou que o benefício constasse apenas no PCCR. A direção do Sindiagua lembrou que o novo Plano ainda está sendo discutido e que todo benefício que for alcançado e aprovado pela categoria deve ser constado no ACT. “Pela lei, o PCCR pode ser mexido a qualquer momento pela empresa, mas o Acordo Coletivo não. Portanto é uma segurança para a categoria que os benefícios alcançados constem no ACT”, lembrou Jadson.
Diárias – O Sindiagua voltou a cobrar uma solução sobre a enorme defasagem das diárias. A Companhia novamente disse que a solução desse problema depende de uma regulamentação do Governo do Estado e que está em contato com a Cogerh que iniciou um estudo para tentar viabilizar um reajuste no benefício. A direção do Sindiagua lembrou que essa demanda vem se arrastando há muitos anos e que não há como sustentar o pagamento da diária num valor tão baixo por tanto tempo. Diante disso, a entidade informou que vai judicializar a questão.
Licença maternidade – O Sindicato, juntamente com a colaboradora Fabrícia de Melo que participou da reunião a convite da entidade, reforçou a reivindicação que propõe a adoção do formato home-office por meio período logo após o término da licença maternidade. Esse benefício seria concedido até a criança completar um ano de vida. “A pandemia mostrou que em muitos casos é possível adotar a jornada de trabalho em formato home-office e, no caso das mães que amamentam filhos, essa reivindicação, se adotada, traria inúmeros benefícios, sem prejuízo algum para a Companhia”, ressaltou Jadson. Num primeiro momento a Cagece negou o pleito, mas após muita insistência, aceitou fazer uma reavaliação interna da reivindicação.
Representando o Sindiagua, participaram da reunião o presidente Jadson Sarto, os diretores Marcus Vinícius, Antônio de Oliveira, Haroldo Ribeiro, Ronaldo Guimarães, Amauri Furtado e Rui Basílio, além dos colaboradores convidados pela entidade Fabrícia de Melo, Rogivaldo Rebouças e Douglas Batista, estes últimos representando respectivamente os grupo dos técnicos e dos engenheiros.
A ata da reunião de negociação com um resumo de todos os itens discutidos pode ser acessada clicando aqui
O Sindicato aguarda o agendamento da terceira rodada de negociação.