Os trabalhadores da Cagece rejeitaram, em assembleia geral realizada no dia 28/09 na sede do Sindiagua, a proposta de metas apresentada pela Companhia para o pagamento da PR 2016. A proposta foi apresentada por uma comissão da empresa que participou da assembleia representando a direção da Cagece. A empresa se fez presente a convite do Sindiagua. O intuito foi fazer com que a Cagece esclarecesse diretamente aos trabalhadores sua proposta, tirando dúvidas da categoria.
O ponto mais questionado foi a margem EBITDA, que funciona como gatilho para o pagamento do benefício. A empresa projetou para esse indicador o percentual de 17,25%, baseado no orçamento previsto para todo o ano de 2016. No entanto, ao fazer sua apresentação, a Companhia divulgou dados alcançados somente até o mês junho deste ano. Ao pedir a fala após a explanação, o presidente do Sindiagua, Jadson Sarto, questionou a projeção da empresa, mostrando números de agosto, mês em que cerca de R$18 milhões dos recursos da Companhia foram contingenciados para ações judiciais. “A empresa havia previsto para esse item um provisionamento de R$ 11 milhões para o ano todo. Se somarmos de janeiro a agosto, já teremos um gasto de R$24,8 milhões com contingências legais e judiciais, ou seja, cerca de 128% acima do que a Cagece havia previsto. E isso afetará o alcance da margem EBITDA e a projeção feita pode não se confirmar. É lamentável que a Cagece venha conversar com os trabalhadores com dados desatualizados, até junho”, previu Jadson. A direção do Sindiagua também alertou para as despesas fiscais e tributárias da empresa que de janeiro a agosto já alcançou mais do que havia sido previsto pela Companhia para todo ano.
Ao final da discussão, a categoria, em votação, rejeitou a proposta apresentada pela Cagece e deliberou que fosse solicitada a prorrogação do prazo para definir as metas que devem constar no atual Acordo Coletivo por meio de aditivo. O Sindiagua vai solicitar que uma nova discussão seja feita com a mediação da SRTE.
“Queremos uma proposta de meta alcançável, que dê segurança aos trabalhadores. Mas a proposta da Companhia de 17,25% para a margem EBITIDA foi superior à do ano passado (14,46%), mesmo a crise hídrica tendo se agravado em 2016. A categoria não pode mais uma vez ser prejudicada pela empresa. A conta imposta pela Cagece aos trabalhadores já está muito alta com o não pagamento das promoções e da PR 2015”, destacou Jadson.
HISTÓRICO
Desde a homologação do atual Acordo Coletivo, no dia 14/07, a direção do Sindiagua vem tentando construir uma proposta de metas para a PR junto com a Cagece. O assunto foi discutido em uma reunião de MENP, no dia 17/08, e em uma reunião específica sobre o tema, realizada no dia 29/08. Da homologação até a assembleia do dia 28/09, o Sindiagua apresentou quatro ofícios solicitando detalhamento atualizado da proposta da empresa para levar aos trabalhadores.