Para além das declarações polêmicas e irresponsáveis, do apreço pelo autoritarismo, dos ataques às liberdades democráticas e à liberdade de imprensa, do descaso com o meio ambiente e do desrespeito com o povo nordestino, o Governo Bolsonaro segue firmemente uma cartilha econômica conservadora e liberal, que atende aos interesses dos poderosos, sem resolver o problema do alto desemprego e da elevada exclusão social. E aí é que mora o perigo.
A política econômica do Ministro Paulo Guedes inclui “reformas” que claramente trazem prejuízos à classe trabalhadora (como a reforma da previdência e a continuidade da reforma trabalhista) e uma forte agenda privatista. Segundo o portal Nexo em matéria publicada em janeiro de 2020, ainda na campanha presidencial de 2018, “ao lado de seu ‘posto Ipiranga’ Paulo Guedes, o então candidato Bolsonaro prometeu repassar mais de 100 empresas estatais para o controle da iniciativa privada”, mesmo as pesquisas revelando que pelo menos dois terços da população brasileira são contrários a privatizações generalizadas.
Além do setor de saneamento, que corre o risco de ser privatizado com o Projeto de Lei (PL) 4162/19 que está tramitando no Senado com forte resistência de vários movimentos sindicais, entre eles o Sindiagua, no radar das privatizações de Bolsonaro há nomes de equipamentos e serviços públicos de peso, como Correios, Eletrobras e bancos públicos. Vale lembrar que a BR Distribuidora e campos de petróleo já foram vendidos. Não custa ressaltar que o resultado das privatizações costuma ser o mesmo: a lógica do lucro se sobrepondo ao interesse social. Os efeitos são conhecidos: precarização dos serviços, aumentos de preços para o consumidor e demissões em massa. Não podemos deixar que a água entre na lista negra das privatizações. Vamos pressionar os parlamentares a rejeitarem o Projeto de Lei (PL) 4162/19! Água é direito de todos, e não lucro de poucos!
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