A exemplo da revisão tarifária, direção da Cagece é lenta para resolver demandas dos trabalhadores

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No último dia 14, a direção do Sindiagua se reuniu com a diretoria da Cagece para tratar mais uma vez de demandas da categoria que se arrastam há meses sem que haja um encaminhamento definitivo. São reivindicações que já deveriam ter sido atendidas e que continuam sem solução. É o caso do adicional de periculosidade, adicional de penosidade e do plano odontológico. O único ponto que parece estar perto de sair do papel é o Vale-cultura.
“São demandas que nunca se resolvem e, por conta disso, sempre voltam para a pauta das reuniões da MENP. Até para apresentar um prazo, a direção da Cagece tem dificuldade. A impressão é de que falta coragem ou autonomia pra tocar as coisas, o que torna tudo extremamente burocrático, lento e desrespeitoso com os trabalhadores. Há uma dependência grande do departamento jurídico. O trabalhador não pode continuar sendo penalizado pela lentidão e descaso da direção da Cagece. Essa mesma demora se percebe para resolver outras questões importantes e emergenciais, como, por exemplo, a revisão tarifária, que só foi definida no final do ano”, critica Jadson Sarto, presidente do Sindiagua.
O presidente da Cagece não esteve presente, embora a reunião tenha sido agendada com ele. Confira abaixo um resumo do que foi discutido:
PR – A direção do Sindiagua cobrou da Cagece medidas que garantam o pagamento da PR. O Sindicato alertou que o Acordo Coletivo, em sua cláusula 10a, permite que, “caso ocorra algum fato superveniente que impacte no atendimento da Margem Ebtida, caberá apreciação e deliberação da diretoria executiva para apuração da Margem Ebtida ajustada”. Os diretores da Cagece informaram que não haverá mudanças na Margem. O Sindiagua cobrou um posicionamento do próprio presidente da Cagece e uma nova discussão sobre o assunto e lembrou que a PR é um dos benefícios mais importantes para a categoria. A Cagece ficou de levar a solicitação do Sindiagua à diretoria.
Promoções por mérito – A Cagece informou que durante a semana vai apresentar proposta de revisão do indicador de forma a tornar possível o pagamento das promoções por mérito de 2014.
Periculosidade para motoqueiros – Sindiagua lembrou mais uma vez que o próprio presidente da Cagece havia dito que o pagamento já poderia ser feito imediatamente para aqueles funcionários que usam a moto diariamente, enquanto os outros casos são regulamentados. A Companhia informou que está aguardando o parecer jurídico e ficou de apresentar até o dia 15/12 um prazo para iniciar a concessão do benefício. Até o fechamento desta edição não houve retorno. “O adicional está previsto em lei e o próprio presidente da Cagece autorizou o pagamento, durante reunião com o Sindiagua, mesmo assim, nada sai do papel…”, criticou Jadson. O Sindiagua pede celeridade da direção da Cagece e departamento jurídico nas questões que dizem respeito à categoria.
Adicional de Penosidade – Cagece informou que está sendo feito estudo sobre a Jornada de Trabalho e, depois disso, seria definido o pagamento do auxílio-penosidade. Sindiagua questionou a intenção da Cagece em vincular as duas questões.
Autorização para Sindiagua ofertar Plano Odontológico – o setor jurídico da Cagece está analisando qual instrumento legal será utilizado para viabilizar a proposta do Sindiagua. Cagece ficou de apresentar uma resposta em até 30 dias. O Sindicato cobrou agilidade e lembrou que a direção da empresa já havia dito que não vê problemas em a entidade ofertar o plano mediante desconto em contracheque.
Corte de gastos – Sindiagua questionou a política de cortes da empresa que penaliza somente os trabalhadores. “Até a presidência da república cortou gastos em ministérios. Por que a Cagece só corta na ponta, onde está a categoria, e não olha pra si mesma, reduzindo gastos com comissionados e assessorias? Por que não adota medidas enérgicas de cortes na direção com a mesma dedicação que faz com os trabalhadores? Medo de contrariar o Governo?”, questiona Jadson Sarto.
Concurso público – Cagece informou que processo referente à revisão do número de vagas que vai permitir a convocação de mais aprovados do cadastro de reserva ainda está no setor jurídico. Mais uma vez a empresa ficou de apresentar um prazo para que a solicitação seja enviada ao Governo do Estado e, posteriormente, o projeto de lei com a criação de vagas seja apresentado à Assembleia Legislativa. A Cagece não deu qualquer retorno a respeito de dois processos (números 8040.003523/2015-85 e 8040.004092/2015-00) que pressionam a empresa para aumentar as convocações do cadastro de reserva.
Banco de horas – Sindiagua alertou que tem recebido informações de que gestores estariam abordando trabalhadores para realizar sistema de banco de horas. Os representantes da Cagece alegaram desconhecimento. Sindiagua pede aos trabalhadores que avisem á entidade quando situações deste tipo acontecerem e lembra que o banco e horas só pode ser aplicado com anuência do Sindicato por meio de inclusão no Acordo Coletivo de trabalho.
Vale-cultura – Cagece informou que está aguardando apenas a publicação no Diário Oficial do contrato assinado com a empresa vencedora para começar a conceder o benefício. O Sindiagua reforça a importância dos trabalhadores fazerem a adesão ao benefício.
Plano de saúde – Cagece informou que solicitou aos empregados o envio da cópia declaração do imposto de renda, a fim de confirmar a dependência dos pais, avós e bisavós, para os casos em que estes estão como dependentes do plano de saúde, tendo em vista que no contrato da Unimed, os mesmos só podem permanecer como dependentes do plano de saúde, se forem dependentes no imposto de renda. Segundo a empresa, muitos dos pais, avós e bisavós que atualmente estão como dependentes dos empregados no plano de saúde não estão como dependentes no imposto de renda.  A Cagece solicitou ao Sindiagua uma providência em relação a estes casos. Sindiagua esclareceu que existe um aditivo ao contrato do plano de saúde assinado em 2012 que concede a permanência destes dependentes no plano de saúde e que os mesmos não devem ser retirados do benefício, podendo permanecer como agregado.