As chuvas e o açude Gavião

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Em recente reportagem sobre as cheias dos açudes cearenses, o jornal O POVO cumpriu importante papel social ao alertar sobre os perigos das inundações provocadas pela sangria dos nossos reservatórios públicos, especialmente o açude Gavião, que ajuda a abastecer a capital cearense e está com sua capacidade máxima de armazenamento praticamente atingida. O Gavião localiza-se nos limites do município de Pacajus com Fortaleza, barrando cinco afluentes do rio Cocó: os riachos Gavião, Água Fria, Alegrete, Pacatuba e Salgado. Ao atingir mais de 90% de sua capacidade, o Gavião traz grandes riscos às populações ribeirinhas de vários bairros de Fortaleza. Sua sangria tem impacto imediato em todo o percurso do Cocó, atingindo, portanto, a região sudeste de Fortaleza, passando pelo Conjunto Palmeiras, Castelão, chegando ao Lagamar e, deste, desembocando no Caça e Pesca. Neste último trecho, quando se tem maré alta, as águas do Rio não conseguem seguir seu percurso natural, causando transbordamento em toda a extensão do Cocó e, por conseqüência, provocando um verdadeiro caos urbano nestas áreas. Fatos graves já ocorreram no passado recente por conta de alagamentos e destruições nas margens do rio Cocó.
A reportagem do jornal O POVO ouviu representantes dos órgãos públicos competentes e o povo ribeirinho sobre a possível sangria do açude. Serviu, portanto, de alerta a membros do Conselho de Administração da Cagece e secretários da Prefeitura. A Cogerh foi avisada dos riscos do forte inverno que atravessamos e, desde então, vem reduzindo o volume de água do Açude Gavião, manejando-o por meio de comportas e evitando, assim, fortes prejuízos com as águas de março.
Parabenizo o jornal O POVO por mais uma vez cumprir, na condição de importante veículo de comunicação de nosso Estado, sua missão de informar bem a sociedade, debatendo assuntos de interesse público.

Sergio Novais
Engenheiro Químico e membro do Conselho de Administração da Cagece.

Fonte: Blog do Eliomar.