Cagece anuncia concurso. Mas dúvidas quanto ao número de vagas persistem.

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A Cagece anunciou na imprensa local que realizará concurso público para 945 vagas (sendo 630 para cadastro de reserva). O número, apesar de ser bem abaixo da demanda existente e bem distante do compromisso assumindo pelo governador (de igualar o número de empregados próprios ao de terceirizados) poderia até ser considerado um avanço importante. No entanto, a última reunião envolvendo Sindiagua, Cagece e o Ministério Público do Trabalho (MPT) deixou em dúvida o real alcance deste concurso, especialmente no que diz respeito ao número de vagas. Na reunião, ocorrida na última segunda (30/04), representantes da Cagece deram a entender que os candidatos que ficarem classificados no cadastro de reserva só serão convocados em caso de desistência de algum aprovado ou saída de algum empregado da empresa. “Isso, na prática, significa dizer que o concurso é para apenas 315 vagas, o que é inaceitável, especialmente porque estamos tratando do serviço de saneamento do Estado, uma área que deveria ser tratada com absoluta prioridade”, ressalta Jadson Sarto, presidente do Sindiagua. Já são 10 anos sem concurso na Cagece e existem várias cidades do interior que não possuem sequer um funcionário próprio da empresa. Segundo Jadson, este cenário compromete seriamente a qualidade do serviço de tratamento de água e de esgotamento sanitário no Estado.
Na reunião com o MPT, realizada na sede da Procuradoria Regional do Trabalho da 7ª Região, os representantes da Cagece deram a entender ainda que o concurso tem o intuito de substituir terceirizados, o que irá provocar demissões e não aumentará em nada a mão de obra do saneamento no Estado. “Defendemos um concurso que possibilite aproveitar a mão-de-obra terceirizada, inclusive com critérios que reconheçam quem já tem experiência no ramo”, afirmou Jadson.
Esta foi a terceira reunião com o Ministério Público para tratar do assunto. A Cagece não apresentou ainda a relação dos cargos, nem o cronograma do concurso. O MPT concedeu um prazo até o dia 25 de maio para a empresa apresentar estas informações. Cobrou ainda um demonstrativo das funções, esclarecendo quais são exercidas por empregados próprios e por terceirizados.