Iniciadas negociações da campanha salarial 2022 dos cagecianos

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Foi realizada nesta quarta (1) a primeira rodada de negociação da campanha salarial dos(as) trabalhadores(as) da Cagece. O novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCR) dominou a discussão durante a reunião. A direção do Sindiagua lamentou que o cronograma de implantação do Plano tenha coincidido com as negociações da campanha salarial. “Boa parte da nossa pauta de reivindicações está composta de demandas do PCCR que já poderiam ter sido sanadas caso a elaboração do novo Plano, que durou bastante tempo, tivesse tido uma participação efetiva do Sindicato e da categoria desde o começo e durante todo o processo de revisão”, criticou Jadson Sarto, presidente do Sindiagua.

A Cagece levantou a possibilidade de fazer uma discussão sobre as reivindicações do PCCR de forma separada do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), já que a lei não obriga que haja anuência do Sindicato para a implantação do Plano. No entanto, o presidente do Sindiagua lembrou que as demandas relativas ao PCCR estão na pauta de reivindicações justamente porque a categoria quer ter a garantia de que elas sejam discutidas com a empresa.

Praticamente todos os itens discutidos ficaram pendentes. No entanto houve avanço em uma reivindicação que diz respeito aos trabalhadores(as) que estão com ação na justiça, como é o caso dos(as) engenheiros(as). Na proposta do novo PCCR apresentada pela Cagece, houve um entendimento de que os(as) profissionais de engenharia que quisessem aderir ao Plano teriam que desistir das ações judiciais que cobram o pagamento do piso da categoria. Na reunião, a Cagece assegurou que a redação do termo de adesão estava sendo revisada, para deixar claro que não há necessidade de renúncia das causas trabalhistas.

Esse avanço se soma a outros conquistados nas últimas semanas como a prorrogação do prazo de adesão ao Plano até o dia 17 de junho. Além disso, inicialmente o novo PCCR previa um prazo de validade de 14 anos para títulos acadêmicos (graduação, mestrado e doutorado), o que foi bastante criticado pelo Sindicato. No entanto, o prazo não foi incluído no manual do Plano.

Outro item bastante discutido foi o percentual mínimo de atingimento da avaliação de desempenho para promoção/progressão, que no novo Plano é de 80% e 85%. A reivindicação da categoria é de que os percentuais sejam reduzidos para 70% e 75%, como é praticado atualmente no mercado. A Cagece não acatou a proposta, afirmando que a ideia é fazer os(as) empregados(as) se motivarem e buscarem entregar um pouco mais para empresa que vai ser muito exigida no cenário atual, com as obrigações do novo marco legal do saneamento. O Sindiagua lembra que o trabalhador(a) precisa se sentir valorizado e não pressionado. A questão ficou pendente.

Também foram muito debatidas as reinvindicações do grupo dos técnicos. A Cagece ouviu as demandas e ficou de analisar internamente após a apresentação de uma nova redação da reivindicação, com um maior detalhamento, que deve ser entregue até a próxima reunião.

A questão dos tecnólogos foi outro ponto que demandou muito debate. O novo PCCR vai enquadrar estes profissionais no nível superior, o que era uma reivindicação antiga que finalmente está sendo alcançada. No entanto, a empresa não está considerando o tempo de serviço já prestado e assim estes profissionais serão enquadrados no início da carreira de nível superior, algo bastante criticado pela entidade. O Sindiagua cobrou o reconhecimento dos anos de serviço já prestados à empresa, mas a Companhia negou, deixando a questão pendente.

Outras reivindicações que geraram longa discussão foram: as correções das distorções do PCCR vigente (2005) antes da adesão ao novo Plano; a implantação do piso dos(as) engenheiros(as) (sem necessidade de adotar o mecanismo da VPNI) no novo PCCR; e a manutenção da promoção por tempo e mérito. Todas estes pontos foram negados pela empresa e ficaram como pendentes. “A Cagece divulga o PCCR 2022 como sendo o mais justo possível, mas se quer fazer justiça, deveria corrigir as distorções e injustiças do Plano vigente antes de os(as) colaboradores(as) serem enquadrados no novo”, critica Jadson Sarto.

A pauta prevista para a primeira reunião de negociação não foi concluída a tempo e ficou acordado que o restante dos itens serão debatidos em uma nova data a ser agendada. Com isso, a previsão é de que sejam realizadas pelo menos três rodadas de negociação com a comissão de representantes da Cagece. O Sindiagua espera que a empresa se sensibilize para atender as demandas da categoria.

Representando o Sindiagua, participaram da reunião o presidente Jadson Sarto, os diretores Marcus Vinícius, Antônio de Oliveira, João Viana e Rui Basílio, além dos colaboradores Fabrícia de Melo, Rogivaldo Rebouças e Douglas Batista, estes últimos representando respectivamente os grupo dos técnicos e dos engenheiros.

A ata com todos os itens discutidos na reunião está disponível clicando aqui.