Senador cearense com currículo privatista é relator da MP 868

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A luta contra a Medida Provisória da privatização da água (MP 868), como já era esperado, será bastante árdua. No último dia 15/03, sites e colunistas que cobrem o setor de economia deram a notícia de que o senador Tasso Jereissati (PSDB/CE) será o relator da Medida Provisória que altera o marco legal do saneamento, abrindo o setor ao mercado privado. Tasso é conhecido pelo seu histórico privatista. Quando Governador do Ceará (1995-1998 e 1999-2002), a Cagece correu grande risco de ser privatizada. A forte mobilização do Sindiagua, em conjunto com trabalhadores(as), entidades de classe e movimentos sociais, foi vitoriosa conseguindo impedir o pior. No entanto, na época, a Coelce e a Teleceará não escaparam da privatização. Hoje o País detém tarifas de telefonia e energia entre as mais caras do mundo, com serviços de qualidade bastante questionáveis.
Outra experiência de privatização no Brasil foi a venda da Vale. Neste caso, a lógica do lucro tem passado até por cima da vida humana e do meio ambiente. Basta ver os irreparáveis desastres de Mariana e Brumadinho.
“Os prejuízos de uma privatização do setor de saneamento seriam terríveis. Isso já foi comprovado pelas experiências privatistas ocorridas no mundo e que estão sendo revertidas pelos enormes danos causados. Não se pode admitir que a água, um direito e um bem essencial à vida, fique à mercê dos interesses do mercado”, alerta Jadson Sarto, presidente do Sindiagua.
Segundo divulgado no portal InfoMoney, “a escolha (de Tasso) sinaliza que o projeto está entre as prioridades do governo (federal)”, o que exigirá dos trabalhadores(as) uma resistência ainda maior. O Sindiagua reforça a necessidade dos(as) trabalhadores(as) pressionarem os mandatos dos parlamentares para se oporem a essa medida cruel que só trará prejuízos à população.
O Sindiagua mantém as articulações nacionais que envolvem sindicatos e centrais para fortalecer a luta contra a privatização.