Sindiagua e trabalhadores lançam manifesto em defesa da conclusão imediata das obras de transposição do Rio São Francisco

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No segundo dia de reunião do Conselho de Representantes, a direção do Sindiagua e os integrantes do colegiado foram ao Palácio da Abolição onde divulgaram manifesto público em defesa da retomada imediata das obras de conclusão da transposição do Rio São Francisco. O ato aconteceu em meio a um encontro promovido pelo Governo do Estado com prefeitos, autoridades do Estado, parlamentares, conselheiros comunitários, produtores rurais e representantes de várias instituições e da sociedade civil. Na ocasião, governador Camilo Santana apresentou as ações de segurança hídrica para amenizar os efeitos do quinto ano consecutivo de estiagem.
Sobre a transposição, o Governador afirmou ter realizado reuniões com o Ministério da Integração Nacional, o Tribunal de Contas da União (TCU) e com o presidente Michel Temer (PMDB), propondo soluções para acelerar a obra, como o leilão reverso. O manifesto distribuído pelo Sindiagua foi bem aceito entre os participantes do evento. ‘‘Nesse momento, a transposição é uma necessidade urgente e todos os cearenses devem cobrar sua conclusão’’, destacou Jadson Sarto, presidente do Sindiagua. O manifesto critica a burocracia e falta de sensibilidade do Governo Temer (PMDB) com a seca no Nordeste. Confira o texto na íntegra:

TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO JÁ!
O Ceará atravessa uma das piores secas da nossa história, com seu 153 açudes monitorados estando com apenas 7,3% de volume médio. Na prática, isso significa que estamos chegando a um estágio em que as soluções possíveis de serem tomadas do ponto de vista emergencial – como adutoras, perfuração de poços, entre outras – podem, dentro de alguns meses, não ser mais capazes de evitar um colapso hídrico de graves proporções.
Este cenário – a aliado à possibilidade (já levantada pelos estudos metereológicos) de entrarmos no sexto ano de seca – faz com que o término das obras de transposição do Rio São Francisco seja a única saída necessária e urgente para evitar uma situação de calamidade, em especial na região metropolitana de Fortaleza, onde um colapso no abastecimento de água prejudicaria 4 milhões de pessoas.
Diante do exposto, o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Ceará (Sindiagua) – entidade que sempre se posicionou firmemente em favor de uma política de convivência com o semiárido e que tem uma rica trajetória em defesa da água como um direito humano – vem a público cobrar do Governo Federal e órgãos responsáveis a conclusão imediata dos 10% das obras que faltam para finalizar o trecho do Eixo Norte que liga o São Francisco ao Ceará.
Os sucessivos atrasos da obra e os casos de desvios de recursos públicos já prejudicaram demais a obra e a população, de modo que não se pode mais aceitar que entraves burocráticos impeçam a conclusão da Transposição que nesse momento é emergencial. A demora e a burocracia do Governo Temer (PMDB) em destravar as obras que se encontram paradas revelam insensibilidade diante da gravidade da seca, o que torna a situação hídrica ainda mais crítica no Ceará. Postergar ainda mais a obra, inclusive com novas licitações, é agir com irresponsabilidade frente ao povo cearense.