O resultado da votação dos cagecianos(as) na assembleia (sem uma aprovação por larga vantagem), realizada no dia 07/07, é reflexo de uma negociação repleta de impasses e de uma postura da direção da Cagece em dificultar o atendimento às demandas dos seus empregados. Houve uma grande dificuldade para fazer com que a empresa apresentasse uma proposta que fosse possível de ser levada à Praça da Luta (Vaqueiro) para ser minimamente avaliada pela categoria. Além dos muitos impasses, foi também uma campanha salarial longa.
Embora a data-base da categoria seja 1º de maio, a campanha teve início já no começo do ano, quando o Sindiagua começou a pedir aos trabalhadores que enviassem propostas para a pauta de reivindicações, que foi aprovada no dia 12/04. Houve uma demora da empresa em agendar o início das reuniões de negociação, que começaram somente no dia 18/05. Após duas rodadas com a comissão da empresa (acompanhadas por representantes da base), não houve qualquer avanço. Ao contrário, houve retrocesso, com a empresa defendendo um reajuste salarial abaixo do índice da inflação.
Diante do impasse, a direção do Sindiagua realizou uma rodada de visitas aos locais de trabalho para ouvir o sentimento da categoria e levar a insatisfação dos trabalhadores à direção da Cagece. Algumas dessas visitas chegaram a ser acompanhadas por representantes da direção, o que pareceu uma frustrada tentativa de intimidação. Uma nova reunião de negociação foi agendada com o presidente da Companhia quase um mês depois. Após uma ampla e longa discussão com o presidente da empresa, também acompanhada por representantes da base, a direção do Sindiagua conseguiu sair de um possível arrocho salarial proposto inicialmente pela Cagece para uma proposta com alguns avanços (todos negados anteriormente, nas primeiras rodadas de negociação).
“A nossa luta não se limita às campanhas salariais. Nas MENPs, nas reuniões com a diretoria da Cagece, nas nossas mobilizações de rua, vamos seguir batalhando para defender os interesses da categoria e reforçar nossa luta contra a privatização disfarçada de PPP. Se deixarmos que o saneamento seja entregue à iniciativa privada, o risco será muito maior. Se hoje, comparando com as outras companhias de saneamento, temos um dos melhores acordos coletivos (resultado de um acúmulo de lutas históricas), essa conquista poderá ser destruída por uma ato perverso deste Governo de privatizar a nossa água”, alerta Jadson Sarto.
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